Tema de redação 20N16 e sugestões de leitura – informação versus conhecimento (Enem, Fuvest, Vunesp, Unicamp, UFU e demais vestibulares.)

Fonte da imagemhttps://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/11/1936727-biblioteca-chinesa-futurista-causa-furor-na-internet-confira-as-imagens.shtml

Estudos para o tema de redação 20N16

Palavras-chave – Conhecimento, informação, dado, sabedoria, ciência, educação, formação científica, divulgação científica.

Texto 20T59

Texto 20T60

Texto 20T61

Texto 20T62

Texto 20T63

https://tab.uol.com.br/edicao/ciencia/index.htm

Tema de redação 20N16

Conhecimento versus informação

Texto 01.

“Na era digital, informações não faltam. Abundam! Mas quem tem tempo de ler tanta coisa? Ou pior: Quem tem tempo de pensar sobre tanta coisa, estabelecer relações entre todas essas informações e aprender, de fato, alguma coisa com elas?

A pergunta vale tanto para quem passa o dia no Facebook lendo notícias dos amigos quanto para um cientista que passa o dia ligado em sites de ciência e lendo artigos científicos nas páginas de revistas especializadas, sejam elas digitais ou de papel. Temos muito mais acesso a informações hoje, sem dúvida. Não é preciso nem correr atrás delas; querendo ou não, elas chegam até você. Basta ligar o computador ou o celular. Mas será que estamos melhor informados do que antigamente?

Segundo uma enquete que é realizada desde 1977 por pesquisadores do Centro de Estudos da Informação e Comunicação, da Universidade do Tennessee em Knoxville, a capacidade dos cientistas de ler trabalhos científicos pode ter chegado ao limite. O levantamento mais recente, realizado com 800 entrevistados, indica que, em 2012, cientistas liam uma média de 22 artigos científicos (papers) por mês; cerca de 264 por ano. Um resultado estatisticamente igual ao da enquete anterior, de 2005. Foi a primeira vez que o número de artigos lidos por semana não aumentou desde que a pesquisa começou a ser realizada, 36 anos atrás, o que levou a pesquisadora Carol Tenopir a deduzir que “as pessoas provavelmente chegaram ao limite do tempo que têm disponível para ler artigos”.

O tempo gasto na leitura de cada artigo, que vinha caindo significativamente ao longo dos anos, também parece ter se estabilizado, na faixa dos 30 minutos, segundo as enquetes de 2005 e 2012.

As informações são de uma reportagem publicada no site da Nature, no início deste mês. O artigo científico ainda não foi publicado (deverá sair na revista Learned Publishing), as conclusões estatísticas do trabalho já tiveram de ser revistas (segundo uma nota de rodapé na matéria da Nature) e a representatividade da enquete talvez seja questionável. Ainda assim, os resultados soam bastante compatíveis com o cenário atual da disseminação de notícias e informações em geral, incluindo informações científicas.

O volume de informações disponível para qualquer pessoa aumentou exponencialmente nos últimos anos, com o crescimento da internet e a disseminação das redes sociais, smartphones, tablets e outros dispositivos tecnológicos portáteis de acesso à rede, que fazem chover informações na nossa mão a hora que quisermos. Por outro lado, o ano continua a ter 12 meses; os meses continuam a ter 4 semanas; as semanas continuam a ter 7 dias; e os dias continuam a ter apenas 24 horas cada. Informações não faltam. Mas tempo, falta.

Vinte e dois artigos por mês me parece um número um tanto alto. Até porque não há tantos trabalhos relevantes sendo publicados assim, com tanta frequência, para uma área de pesquisa qualquer. Imagino que no Brasil os cientistas leiam menos do que isso, talvez por conta de todas as obrigações administrativas e burocráticas com que precisam lidar diariamente.” (Herton Escobar)

Fonte: https://ciencia.estadao.com.br/blogs/herton-escobar/informacao-versus-conhecimento/

Texto 02.

Resultado de imagem para information vs knowledge vs wisdom

Legenda: dados, informação, conhecimento, revelação (intuição, iluminação, etc.) e sabedoria.

Fonte: https://twitter.com/gapingvoid

Fonte: https://www.gapingvoid.com/

Texto 03.

“Apenas a absorção das coisas, embora até pareça concretamente uma grande vantagem, o que há é um tsunami informacional. Na ausência de critérios de seleção, as pessoas acabam deglutindo coisas que não necessariamente teriam relevância para ela ou para a comunidade. Não basta ter informação, é preciso saber o que fazer com ela.” (Mário Sérgio Cortella)

Fonte: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2017/08/mario-sergio-cortella-nao-basta-ter-informacao-e-preciso-saber-o-que-fazer-com-ela.html

Texto 04.

“Um dos indicadores de uma sociedade informacional passa também pela relação entre essa sociedade e os seus media, no que toca à liberdade dos meios de comunicação expressarem livremente as notícias e as opiniões mas também à relação entre os fruidores e produtores de informação.”

Fonte: Manuel Castells, “A Sociedade em rede: Do conhecimento à ação política”.

Proposta de redação 20N16A – dissertação – Fuvest, Vunesp, Uniube, Famema, Famerp, etc.

Escreva uma dissertação sobre o fato de, para muitos estudiosos, a humanidade estar na Era da Informação, e não na Era do Conhecimento.

Instruções para a dissertação da proposta de redação A:

  1. A situação de produção de uma dissertação argumentativa requer o uso da norma padrão da língua portuguesa.
  2. O tamanho da redação deverá ser adequado ao concurso pretendido, para tanto é importante que o texto deva ser adequado aos seguintes limites impostos pelas universidades até 2019: entre 20 e 30 linhas (Fuvest), 15 a 33 linhas (Vunesp), 25 e 30 linhas (Uniube), etc. Por isso, é imprescindível que a universidade pretendida seja informada com destaque logo após o código da proposta de redação na folha que será entregue para a correção. Do contrário, a correção levará em consideração a norma mais comum: 25 linhas como mínimo e 30 como máximo.
  3. Dê um título a sua redação.

Proposta de redação 20N16B – dissertação – Enem.

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Como fomentar o interesse pela busca por conhecimento científico e o respeito pela ciência no Brasil?”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Instruções para a dissertação no Enem:

  1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
  2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
  3. A redação com até 7 (sete) linhas escritas será considerada “insuficiente” e receberá nota zero.
  4. A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo receberá nota zero.
  5. A redação que apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos receberá nota zero.
  6. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.

Texto (s) de apoio para as situações C e D.

O que a Ciência Deseja Saber

Montanha de dados pode encobrir questões mais interessante

A maioria dos acadêmicos admite a probabilidade de que Isaac Newton, ao formular as leis da gravidade e inventar o cálculo diferencial, no final do século 17, dominasse todo o conhecimento científico da época. Estima-se que, nos 350 anos seguintes, tenham sido publicados cerca de 50 milhões de trabalhos de pesquisa, além de inúmeros livros, nos campos da matemática e das ciências naturais. É bem possível que, hoje, os estudantes do ensino médio saibam mais sobre esses assuntos que o grande gênio, mesmo assim, a ciência ainda é vista como uma selva impenetrável de dados.

Uma das maneiras pelas quais os cientistas buscaram lidar com essa quantidade enorme de informações é por uma especialização cada vez maior, mas com resultados limitados. Como biólogo não esperaria ir além das duas primeiras sentenças ao ler um trabalho de física. Fico desconcertado até mesmo com estudos sobre imunologia, ou biologia celular (e com alguns sobre minha própria especialidade, a neurobiologia). A cada dia meu conhecimento parece mais limitado. Assim, os cientistas tiveram de recorrer a outra tática diante da selva de dados: ignorá-la em grande parte.

O que não chega a surpreender. Embora fundamental, com certeza, não é o conhecimento abrangente que faz o cientista, mas sim a ignorância. Por absurdo que pareça, os fatos, para esse profissional, não representam mais que um ponto de partida. Afinal, conforme uma observação sarcástica do dramaturgo George Bernard Shaw, num brinde a Einstein, a cada nova descoberta científica, surgem dez novas perguntas.

Com base nesse cálculo a ignorância estará sempre à frente do conhecimento. A ideia de que apesar de tudo que já aprendemos há muito mais a examinar é consenso entre cientistas e leigos. Um ponto ainda mais relevante é que, diariamente, descobrimos que há cada vez mais coisas para conhecer. Uma das principais consequências do conhecimento científico é o desenvolvimento de formas novas e aprimoradas de sermos ignorantes. Não se trata, aqui, do que se associa, em geral, à falta de curiosidade ou educação, mas de uma qualidade culta e refinada. Esta é a essência do trabalho do cientista: a distinção entre as conotações diversas desse mesmo conceito, tanto ao elaborar pedidos de subvenção como ao tomar uma cerveja durante suas reuniões. Nas palavras de James Clerk Maxwell, provavelmente o maior físico entre as épocas de Newton e Einstein: “A consciência plena da ignorância é o prelúdio de todo progresso o conhecimento”.

Essa visão da ciência (como mais relacionada a perguntas que a respostas) deveria proporcionar certo alívio já que a torna menos ameaçadora, muito mais acessível e, até mesmo, divertida, à medida que passa a ser uma série de elegantes enigmas embutidos uns nos outros (e quem não gosta desse tipo de passatempo?). Além disso, as indagações ganham maior clareza e, muitas vezes, revelam- se mais interessantes que as respostas que, em geral, marcam a conclusão do processo enquanto perguntas nos mantêm no meio do turbilhão.

Apesar do meu vistoso doutorado, não tenho grande compreensão sobre imunologia, mas essa mesma limitação existe entre a maioria dos profissionais da própria área. Hoje, ninguém mais sabe tudo. Ainda assim entendo as dúvidas que impulsionam essa área da biologia e, ainda que não tenha pretensão de conhecer a física quântica em profundidade, estou ciente da forma como surgem as questões desse campo e os motivos pelos quais são tão fundamentais. Enfatizar a ignorância é uma forma de inclusão: permite que todos se sintam mais iguais, da mesma maneira que o infinito põe todos em sua devida proporção.

Mais recentemente essa característica da ciência tem ficado em segundo plano por parte do público. Ao menos em relação ao que denomino visão cumulativa, em que a ciência tem uma quantidade tão grande de fatos que não devemos nos iludir com a esperança de um dia poder dominá-la. Mas, se os cientistas se dispusessem a falar sobre suas pesquisas, em vez de escrever longuíssimos textos cansativos recheados de jargões; se a mídia relatasse não só as novas descobertas, mas também as questões que respondem e suscitam; e se os educadores parassem de transmitir informações já disponíveis na Wikipédia; talvez conseguíssemos sentir o público mais uma vez envolvido nessa grande aventura que atravessa 15 gerações.

Assim, ao conhecer um cientista, não se deve perguntar o que ele sabe, mas o que deseja saber. Essa abordagem renderá uma conversa muito mais interessante – para ambas as partes.

Fonte: https://sciam.uol.com.br/o-que-a-ciencia-deseja-saber/

Proposta de redação 20N16C – outros gêneros – Unicamp, UEL, UnB, UFU, etc.

Escreva um artigo de opinião sobre o porquê de a ciência, justamente em um tempo tão mediado por formas avançadas de comunicação, ser cada vez mais desprestigiada por um grupo crescente de pessoas no mundo.

Proposta de redação 20N16D – outros gêneros argumentativos – Unicamp, UEL, UnB, UFU, etc.

Escreva um editorial sobre o embate entre a formação voltada para produzir especuladores filosóficos que sabem pouco de várias disciplinas e assuntos ou especialistas científicos que sabem muito de uma disciplina ou de um aspecto apenas de uma. Como conciliar essas perspectivas?

Instruções para as propostas de redação C e D:

Leia com atenção todas as instruções.

  1. Você encontrará três situações para fazer sua redação. Leia as situações propostas até o fim e escolha a proposta com a qual você tenha maior afinidade.
  2. Após a escolha de um dos gêneros, assinale a opção no alto da Folha de Resposta e, ao redigir seu texto, obedeça às normas do gênero.
  3. Se for o caso, dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto da situação escolhida que você pretende abordar.
  4. Se a estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva no lugar da assinatura: JOSÉ ou JOSEFA.
  5. Em hipótese alguma, escreva seu nome, pseudônimo, apelido, etc. na folha de prova.
  6. Utilize trechos dos textos motivadores, parafraseando-os.
  7. Não copie trechos dos textos motivadores, ao fazer sua redação.

ATENÇÃO: se você não seguir as instruções da orientação geral e as relativas ao tema que escolheu, sua redação será penalizada.

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