Redação – Tema 19N10 – violência urbana (Enem, Fuvest, Vunesp, Unicamp, UFU, Uniube e demais vestibulares.)

Tema de redação 19N10

Violência urbana

Texto 01.

“Historicamente, o número absoluto de homicídios no Brasil tem aumentado gradativamente, colocando o país entre os mais violentos do mundo. A despeito das distintas explicações apontadas por inúmeros estudos, nos âmbitos nacional e internacional há alguns consensos acerca dessa problemática: o primeiro refere-se ao recrudescimento da violência na população masculina jovem; e o segundo consiste na evidência cada vez maior da concentração espacial da violência, particularmente a elevada incidência de homicídios em aglomerados urbanos caracterizados por uma grande vulnerabilidade social (BARATA; RIBEIRO; MORAES, 1999; BARROS; XIMENES; LIMA, 2001; CDC, 2010; BEATO FILHO, 2012).

Em decorrência disso, os moradores de lugares com essa característica social são incapazes de compartilhar os mesmos valores sociais e morais, tampouco se mobilizar para solucionar problemas comuns, como a vulnerabilidade e o envolvimento de adolescentes e jovens em atos infracionais (tráfico de drogas, violência interpessoal, posse de arma de fogo) (BERRY; KASSARDA, 1997). Tomado em conjunto, o resultado é uma limitada capacidade local em estabelecer vínculos comunitários e institucionais com fontes de recursos fundamentais para o estabelecimento da ordem social local (BERRY; KASSARDA, 1997; SAMPSON; GROVES, 1989).

Nesse contexto, alguns autores preocupados em compreender esse processo de violência urbana, concentração espacial de homicídios e grande vitimização de jovens, de maneira geral, ressaltam a importância de se considerar a esfera pública como promotora da organização social dos lugares tradicionalmente violentos, aumentando os laços sociais entre os vizinhos, criando uma rede de confiança, participação e envolvimento comunitário e, principalmente, promovendo ações que têm como objetivo a redução da violência. Assim, é importante observar o papel do componente institucional como um estoque de recurso de organizações presentes na vizinhança (igrejas, escolas, associações de bairro, etc.) e de sua capacidade de interlocução com organizações externas à comunidade (Secretarias Municipais, governo estadual, Polícia, Ministério Público, Judiciário, etc.). Se, por um lado, nos últimos anos é possível identificar uma série de políticas públicas voltadas para a redução da criminalidade no Brasil, por outro, pouco esforço tem sido dedicado a avaliar o impacto dessas ações (ANGRIST; PISCHKE, 2008; VOCHT et al., 2015; LÉRIDA, 2006).

O que está subjacente a essa discussão é o fato de que a concepção e a efetiva implementação de uma política pública de controle de homicídios, que tem uma faceta multisetorial de investimentos para a comunidade local, além de contribuir para a redução a curto prazo da incidência de mortalidade por causa da violência interpessoal, promovem uma melhoria das percepções sobre sua própria comunidade.”

Fonte: http://www.scielo.br/pdf/rbepop/v35n2/0102-3098-rbepop-35-02-04-e0059.pdf

Texto 02.

Fonte: http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/relatorio_institucional/180605_infografico_atlas_violencia_2018.pdf

Texto 03.

“Qual a influência da crise econômica no aumento da violência?

A crise, que jogou milhões de brasileiros na rua do desemprego, é um dos maiores influenciadores no aumento da criminalidade dos grandes centros urbanos do Brasil. A baixa escolaridade também tem influência direta. Se fizermos um perfil de quem matou ou morreu, ou da população de um presídio, percebemos que quase 90% não tem o ensino fundamental completo. A segunda causa é o desemprego. A maioria das pessoas que está matando e morrendo, na faixa de 16 aos 28 anos, é o jovem nem-nem: nem estuda, nem trabalha, e que facilmente é atraído para o mundo do crime.

Quais as saídas para essa situação?

Primeiro, oferecer uma escola pública de qualidade onde esse jovem permaneça até entrar na universidade. Segundo, oferecer, ao menos num momento de transição, o que eu chamaria de emprego social para que esse jovem tenha uma fonte de renda e não vá para o mundo do crime. Seria baixar os tributos que incidem no emprego para que o empresariado possa ter uma forma de atrair esse jovem. O valor do salário, com baixas obrigações de contrapartida, é um atrativo para a empresa. Também é preciso expandir a experiência do Compaz (Centro Comunitário da Paz) nos centros urbanos do País e ter um programa nacional de alto alcance para a primeira infância. Está provado cientificamente que a criança de 0 a 5 anos que mora num lar em que o pai bate na mãe, sofre abuso sexual, vive conflitos por causa de drogas ou álcool, tem grande chance de ser um delinquente na fase juvenil. É preciso um plano nacional composto de iniciativas que abranjam desde a prevenção – trabalhar dentro das escolas, não só da periferia, mas também nas particulares, para que os alunos aprendam a cumprir as leis, as regras da sociedade, é o que chamamos de prevenção primária. Há também a parte de proteção que é identificar os grupos vulneráveis, como as prostitutas, uma parte da comunidade gay, as mulheres que sofrem abuso sexual e violência doméstica, os meninos que foram para o mundo do crime com 14, que precisam de um olhar diferenciado, que não é o olhar de polícia. A outra etapa é executada pela justiça e pela polícia, porque ninguém é romântico para achar que a gente vai resolver o problema da violência tão somente com políticas públicas. Existem assaltantes, narcotraficantes, que usam armamento de guerra e quem tem que cuidar deles é a polícia, para prendê-los, e o sistema de justiça, para julgá-los. Outra parte importante é a ressocialização, trabalhar com aqueles que foram presos e estão dispostos a ter uma vida diferente. Você dá uma chance por meio de escolas, empregabilidade, de capacitação para o mercado de trabalho.”

Fonte: http://revista.algomais.com/entrevistas/violencia-urbana-nao-e-so-um-problema-de-policia

Proposta de redação 19N10A – Dissertação – Fuvest, Vunesp, Uniube, etc.

Sobre a questão da violência urbana, em uma dissertação, discuta a relação entre esse grave problema das cidades brasileiras com questões que não remetem de forma direta a atos violentos, tais como: posicionamentos ideológicos, filmes, esporte, urbanismo, desigualdade social, etc.

Instruções para a dissertação:

  1. A situação de produção de uma dissertação argumentativa requer o uso da norma padrão da língua portuguesa.
  2. O tamanho da redação deverá ser adequado ao concurso pretendido, para tanto é importante que o texto deva ser adequado aos seguintes limites impostos pelas universidades até 2018: entre 20 e 30 linhas (Fuvest), 15 a 33 linhas (Vunesp), 25 a 35 linhas (Uniube), etc. É imprescindível que a universidade pretendida seja informada com destaque logo após o código do tema de redação na folha que será entregue para a correção.
  3. Dê um título a sua redação.

Proposta de redação 19N10B – Outros gêneros – Unicamp, UEL, UnB, UFU, etc.

Escreva um texto argumentativo a ser publicado em uma rede social em que você discuta a questão da violência urbana a partir do ponto de vista de quem se priva de fazer algo na cidade pelo medo de sofrer algum tipo de ato violento.

Proposta de redação 19N10C – Artigo de opinião ou editorial- Unicamp, UEL, UnB, UFU, etc.

Escreva um editorial sobre as razões para o Estado brasileiro ter pouco controle sobre a ocorrência de crimes sobretudo em áreas mais pobres do Brasil.

Proposta de redação 19N10D – carta argumentativa ou aberta – Unicamp, UEL, UnB, UFU, etc.

Escreva uma carta argumentativa para o Presidente da República sobre medidas que seriam eficientes contra os altos índices de violência urbana no Brasil, mas que fossem focadas em esforços preventivos, e não repressivos à violência.

Instruções gerais:

  1. Se for o caso do gênero textual em questão, dê um título para sua redação.
  2. Se a estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva, no lugar da assinatura: o que estiver expressamente informado no edital, no manual do candidato, etc., do vestibular pelo qual você se interessa, que são as fontes de informação mais confiáveis a respeito dessa questão. Em hipótese alguma, escreva seu nome, apelido, etc., na folha de prova. Na dúvida, melhor nunca assinar um texto de concurso.
  3. Via de regra, não copie trechos dos textos motivadores ao fazer sua redação. Ainda que, em alguns concursos, é importante estabelecer conexões entre as informações dos textos de apoio do tema de redação com o repertório cultural do candidato.
  4. Respeite o mínimo e o máximo de linhas associado à prova de redação para a qual você se prepara. Informe a universidade na folha de redação de forma legível no local destinado ao código da proposta. Contudo, normalmente, o mínimo usado é de 25 linhas e o máximo de 30, ou algo parecido na maioria dos concursos no Brasil.

4.1. UnB – máximo de 30 linhas. A quantidade de linhas escritas interfere na nota final. “No cálculo da nota da redação, quanto maior o número de linhas efetivamente escritas, maior a pontuação.”.

4.2. Unicamp – até 22 linhas em cada um dos dois textos.

4.3. UEL – de duas a quatro redações. 12 pontos cada. Números mínimos e máximos variados entre 8 e 16 linhas a depender do gênero textual exigido.

4.4. UFU – 25 a 36 linhas. Um de três temas possíveis.

Instruções UFU:

Leia com atenção todas as instruções.

  1. Você encontrará três situações para fazer sua redação. Leia as situações propostas até o fim e escolha a proposta com a qual você tenha maior afinidade.
  2. Após a escolha de um dos gêneros, assinale a opção no alto da Folha de Resposta e, ao redigir seu texto, obedeça às normas do gênero.
  3. Se for o caso, dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto da situação escolhida que você pretende abordar.
  4. Se a estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva no lugar da assinatura: JOSÉ ou JOSEFA.
  5. Em hipótese alguma, escreva seu nome, pseudônimo, apelido, etc. na folha de prova.
  6. Utilize trechos dos textos motivadores, parafraseando-os.
  7. Não copie trechos dos textos motivadores, ao fazer sua redação.

ATENÇÃO: se você não seguir as instruções da orientação geral e as relativas ao tema que escolheu, sua redação será penalizada.

Proposta de redação 19N10E – Dissertação -Enem.

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Desafios para diminuir a sensação de insegurança dos brasileiros em relação à violência urbana.”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Instruções Enem:

  1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
  2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
  3. A redação com até 7 (sete) linhas escritas será considerada “insuficiente” e receberá nota zero.
  4. A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo receberá nota zero.
  5. A redação que apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos receberá nota zero.
  6. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.

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