Tema de redação 20N26 e sugestões de leitura – Saúde mental (Enem, Fuvest, Vunesp, Unicamp, UFU e demais vestibulares.)

Fonte da imagem: Munch, Edvard (1863-1944) pintor norueguês pós-impressionista – 1893 – O grito.

Estudos para o tema de redação 20N26

Palavras-chave – saúde mental, transtorno, distúrbio, doença mental, doença psiquiátrica, loucura, louco, psicologia, medicina, psiquiatria, psicanálise, terapias.

Texto 20T99

Texto 20T100 – Cuidado – imagens fortes e tristes sobre a realidade desumana dos hospitais psiquiátricos de Barbacena.

https://www.youtube.com/watch?v=PeXjSSs4q2k

Texto 20T101

Texto 20T102

Texto 20T103

Tema de redação 20N26

Saúde mental

Textos de apoio para as situações A e B.

Texto 01.

“A Política Nacional de Saúde Mental é uma ação do Governo Federal, coordenada pelo Ministério da Saúde, que compreende as estratégias e diretrizes adotadas pelo país para organizar a assistência às pessoas com necessidades de tratamento e cuidados específicos em saúde mental. Abrange a atenção a pessoas com necessidades relacionadas a transtornos mentais como depressão, ansiedade, esquizofrenia, transtorno afetivo bipolar, transtorno obsessivo-compulsivo etc, e pessoas com quadro de uso nocivo e dependência de substâncias psicoativas, como álcool, cocaína, crack e outras drogas.

O acolhimento dessas pessoas e seus familiares é uma estratégia de atenção fundamental para a identificação das necessidades assistenciais, alívio do sofrimento e planejamento de intervenções medicamentosas e terapêuticas, se e quando necessárias, conforme cada caso. Os indivíduos em situações de crise podem ser atendidos em qualquer serviço da Rede de Atenção Psicossocial, formada por várias unidades com finalidades distintas, de forma integral e gratuita, pela rede pública de saúde.

Além das ações assistenciais, o Ministério da Saúde também atua ativamente na prevenção de problemas relacionados a saúde mental e dependência química, implementando, por exemplo, iniciativas para prevenção do suicídio, por meio de convênio firmado com o Centro de Valorização da Vida (CVV), que permitiu a ligação gratuita em todo o país.”

Fonte: https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/saude-mental

Texto 02.

“Saúde mental é um conceito vago que engloba desde transtornos como dislexia, autismo, síndrome de Down, demência senil, depressão, que se manifestam de diferentes formas e com diferentes sintomas, até distúrbios psicológicos e de comportamento – ansiedade e estresse, por exemplo – diretamente relacionados com as condições de vida impostas pela sociedade atual.

Embora seja uma patologia tão abrangente, é longa a tradição de lidar mal com as pessoas que têm “problemas mentais”. Num passado não tão remoto assim, quem nascia com uma doença psiquiátrica ou a desenvolvesse durante a vida era trancafiado num quarto, isolado de toda a família, e os parentes procuravam evitar a aproximação de vizinhos e amigos, porque essas enfermidades eram motivo de vergonha.

Os asilos criados com o intuito de prestar assistência a esses doentes não conseguiram colocar em prática a proposta de atendimento.Em São Paulo, o Juqueri foi uma organização típica dessa fase. Muitos portadores de doenças psiquiátricas internados nessa instituição concebida para prestar-lhes atendimento especializado, ali permaneceram até morrer.”

Fonte: https://drauziovarella.uol.com.br/entrevistas-2/saude-mental-entrevista/

Texto 03.

“…um dia tanta pressão iria fazer a sociedade explodir em protestos. Com o tempo, as punições da sociedade disciplinar passaram a não ser suficientes para conter os movimentos sociais; consequentemente, muitas modernizações foram feitas. As escolas passaram a ter disciplina menos rígida e uma forma de aprendizado mais flexível, sem perder efetividade; as mulheres conseguiram libertar-se (pelo menos formalmente) do seu papel exclusivo de dona de casa; leis trabalhistas humanizaram as condições de trabalho; o internamento compulsório de doentes mentais foi sendo cada vez mais combatido. Segundo o filósofo sul coreano Byung Chul Han, há algumas décadas atrás vem se formando uma nova forma de controle social, além  da disciplinar, por causa do enfraquecimento desta: a sociedade de desempenho. E isso pode estar diretamente ligado com a epidemia de doenças mentais que vivemos atualmente, assunto largamente tratado nas campanhas do Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio.” (Petra Schindler)

Fonte: http://www.rodadepensadores.com.br/sociedade-de-desempenho-saude-mental-e-positividade-toxica/

Texto 04.

“…É um problema bem antigo, portanto, inerente à espécie humana, pois não encontramos doenças equivalentes em nenhuma outra espécie. Chimpanzés e gorilas podem apresentar alterações de comportamento, fazer maldades, mas não têm doença mental. Esse atributo do homem deve ser consequência do aperfeiçoamento do nosso sistema nervoso, do desenvolvimento acentuado do nosso cérebro que, às vezes, se desorganiza.

Embora as doenças mentais fossem conhecidas desde a Antiguidade e haja na medicina greco-romana e do Oriente descrições pormenorizadas do que era mania, do que era melancolia e existissem até hipóteses de que a melancolia, por exemplo, era provocada por falta de melhor oxigenação do cérebro, por acúmulo de bile negra no sistema nervoso, os recursos terapêuticos eficazes só surgiram no século 20.

Nos séculos 17 e 18, porém, parece que o aumento do número de portadores de doenças mentais começou a tomar proporções surpreendentes. Talvez antes disso, o fato de a população estar distribuída de forma mais ou menos homogênea pela cidade e pelo campo, diluísse a magnitude do problema. Em dado momento, entretanto, o processo de urbanização fez com que portadores de doenças psiquiátricas graves se concentrassem nas cidades. Sem dúvida, muitos passaram a perturbar a ordem pública, foram presos e, com certeza, eliminados por nossos antepassados menos lúcidos e esclarecidos a respeito do assunto. Não se pode esquecer de que, durante muito tempo, as doenças psiquiátricas eram consideradas sinal de bruxaria, de influência do demônio.” (Valentim Gentil, médico. E professor de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.)

Proposta de redação 20N26A – dissertação – Fuvest, Vunesp, Uniube, Famema, Famerp, etc.

Em uma dissertação posicione-se sobre quais são na sua opinião as principais causas coletivas e sociais do aumento do número de doenças e transtornos psiquiátricos reconhecidos pela ciência médica.

Instruções para a dissertação da proposta de redação A:

  1. A situação de produção de uma dissertação argumentativa requer o uso da norma padrão da língua portuguesa.
  2. O tamanho da redação deverá ser adequado ao concurso pretendido, para tanto é importante que o texto deva ser adequado aos seguintes limites impostos pelas universidades até 2019: entre 20 e 30 linhas (Fuvest), 15 a 33 linhas (Vunesp), 25 e 30 linhas (Uniube), etc. Por isso, é imprescindível que a universidade pretendida seja informada com destaque logo após o código da proposta de redação na folha que será entregue para a correção. Do contrário, a correção levará em consideração a norma mais comum: 25 linhas como mínimo e 30 como máximo.
  3. Dê um título a sua redação.

Proposta de redação 20N26B – dissertação – Enem.

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “O desafio de promover em grande escala a saúde mental no século XXI.”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Instruções para a dissertação no Enem:

  1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
  2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
  3. A redação com até 7 (sete) linhas escritas será considerada “insuficiente” e receberá nota zero.
  4. A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo receberá nota zero.
  5. A redação que apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos receberá nota zero.
  6. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.

Texto (s) de apoio para as situações C e D.

Falta de informação ajuda a estigmatizar transtornos mentais

Luana Viana

Publicado em: 3 de agosto de 2017

Revisado em: 16 de julho de 2019

A maioria dos transtornos mentais pode ser tratada de maneira eficiente quando existe o diagnóstico preciso e os pacientes são inseridos em um ambiente acolhedor e social.

A origem da palavra “estigma” aponta para marcas ou cicatrizes deixadas por feridas. Por extensão, em um período que remonta à Grécia Antiga, passou a designar também as marcas feitas com ferro em brasa em criminosos, escravos e outras pessoas que se desejava separar da sociedade “correta” e “honrada”. Essa mesma palavra muitas vezes está presente no universo das doenças psiquiátricas. No lugar da marca de ferro, relegamos preconceito, falta de informação e tratamentos precários a pessoas que sofrem de depressão, ansiedade, transtorno bipolar e outros transtornos mentais graves.

“Holocausto Brasileiro”, livro escrito por Daniela Arbex em 2013 e que virou documentário produzido pela HBO Brasil em 2017, mostra um período sombrio que teve como uma de suas principais marcas o Hospital Colônia de Barbacena, Minas Gerais. Ali, pessoas com doenças e transtornos mentais eram tratadas de forma desumana na década de 1960, abandonadas por seus familiares e condenadas a viver entre seus próprios dejetos e sob risco permanente de uma série de doenças. “Elas não eram consideradas sujeitos, mas sim, objetos de intervenção pelos ‘detentores do poder médico’. Os seus direitos fundamentais, como liberdade e dignidade, foram retirados”, explica Ed Otsuka, membro de Conselho Regional de Psicologia de São Paulo.

LUTA ANTIMANICOMIAL

A 1ª Conferência Nacional de Saúde Mental, em 1987, foi um marco nacional na área. O resultado do evento foi a criação de uma nova proposta de legislação específica sobre a reforma dos serviços e bases que atendiam os pacientes. No lugar de manicômios e hospitais psiquiátricos, abriu-se espaço para serviços psicossociais com atendimento mais humanitário e sem internações compulsórias, que só se dariam em casos extremos por ordem médica. Essa mudança significativa inspirou a criação da Semana de Luta Antimanicomial, que é lembrada anualmente entre os dias 13 e 18 de maio e pontua o período em que se concentram as batalhas por melhorias no atendimento psiquiátrico.

A militância no setor rendeu alguns progressos. O orçamento nacional destinado à saúde mental cresceu 200% entre 2002 e 2011. O número de CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) chegou a 1.981 e mais de 4 mil leitos psiquiátricos em hospitais gerais foram criados. Estima-se que cerca de 7,8 milhões de atendimentos sejam realizados anualmente nos CAPS específicos para usuários de drogas e bebidas alcoólicas.

Ainda assim, principalmente fora do meio médico, as doenças psiquiátricas continuam sendo encaradas como sinal de fraqueza, incompetência, frescura e às vezes reunidas sob o termo genérico e inferiorizante da “loucura”. É fácil encontrar aqueles que não acreditam que seus parentes mais próximos possam estar com problemas clínicos sérios, o que ocorre em parte porque, muitas vezes, a saúde mental não é vista como parte da saúde física. “O cérebro está no comando, mas ele não é valorizado como deveria. Quando ele não está bem, nada mais vai estar”, conta a psicóloga Tatiane Paula Souza.

Para Tatiane, as doenças psiquiátricas não são levadas a sério porque não são palpáveis e visíveis, como um osso quebrado ou uma enfermidade de pele, por exemplo. “Quando se tem depressão, pacientes são tachados de preguiçosos e pessimistas, e o medo de um rótulo faz com que muitos não procurem tratamento. Só passamos a acreditar que algo realmente está errado quando o pior acontece.”

Achar que a manifestação de um transtorno mental é “frescura” está relacionado a um ideal de felicidade que não é igual para todo mundo. A criação desse ideal traça um padrão de comportamento social uniformizante. Você DEVE ser feliz o tempo todo; você DEVE trabalhar todos os dias; você DEVE esconder as emoções que são consideradas negativas. A tentativa de se encaixar nesse modelo cria distância dos sentimentos reais, e quem os demonstra é rotulado, o que progressivamente dificulta a interação social. É aqui que redes sociais de enorme popularidade, como Facebook e Instagram, mostram uma face cruel, desempenhando um papel de validação da vida perfeita e criando um ambiente em tudo deve ser mostrado em seu melhor ângulo.

Fora dos holofotes da internet, porém, transtornos mentais mostram-se mais presentes do que se imagina. Comparadas com 2016, as buscas no Google sobre informações básicas a respeito de sintomas de depressão e ansiedade aumentaram 11%, com pico em março e abril de 2017. Ao mesmo tempo em que a internet pode fornecer informação de forma privada, ela também pode apropriar-se do tema para fomentar piadas e transmitir ideias caricatas de certos distúrbios mentais, alimentando o estigma e confundindo quem está realmente em busca de esclarecimento.

“Compartilhar páginas e memes que não condizem com a realidade e não ajudam as pessoas que sofrem de transtornos mentais é uma falta de responsabilidade e de respeito. A melhor forma de manter a internet um ambiente seguro e sem preconceitos é divulgar informações corretas de profissionais que entendem do assunto”, ressalta a psicóloga.

A maioria das doenças mentais pode ser tratada de maneira eficiente quando existe o diagnóstico preciso e os pacientes são inseridos em um ambiente acolhedor e social. Tratamentos evoluem continuamente, mas no que concerne ao acolhimento, cabe à sociedade como um todo reconhecer cada indivíduo como cidadão e ajudar a acabar com a discriminação e preconceito tão enraizados em cada um de nós.

Luana Viana é jornalista, repórter do Portal Drauzio Varella. Transita pelos textos e redes sociais e escreve, principalmente, sobre saúde mental e saúde da mulher.

Fonte: https://drauziovarella.uol.com.br/reportagens/falta-de-informacao-ajuda-a-estigmatizar-transtornos-mentais/

Proposta de redação 20N26C – outros gêneros – Unicamp, UEL, UnB, UFU, etc.

Redija uma carta com o intuito de solicitar que a instituição em que você estuda ou trabalha promova iniciativas de manutenção da saúde mental dos seus estudantes ou funcionários.

Proposta de redação 20N26D – outros gêneros argumentativos – Unicamp, UEL, UnB, UFU, etc.

Escreva um artigo de opinião sobre as causas e as consequências da psicofobia, ou seja, o preconceito contra pessoas diagnosticadas com transtornos ou doenças psiquiátricas.

Instruções para as propostas de redação C e D:

Leia com atenção todas as instruções.

  1. Você encontrará três situações para fazer sua redação. Leia as situações propostas até o fim e escolha a proposta com a qual você tenha maior afinidade.
  2. Após a escolha de um dos gêneros, assinale a opção no alto da Folha de Resposta e, ao redigir seu texto, obedeça às normas do gênero.
  3. Se for o caso, dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto da situação escolhida que você pretende abordar.
  4. Se a estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva no lugar da assinatura: JOSÉ ou JOSEFA.
  5. Em hipótese alguma, escreva seu nome, pseudônimo, apelido, etc. na folha de prova.
  6. Utilize trechos dos textos motivadores, parafraseando-os.
  7. Não copie trechos dos textos motivadores, ao fazer sua redação.

ATENÇÃO: se você não seguir as instruções da orientação geral e as relativas ao tema que escolheu, sua redação será penalizada.

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