Tema de redação 20N28 e sugestões de leitura – “Bullying” e “cyberbullying” (Enem, Fuvest, Vunesp, Unicamp, UFU e demais vestibulares.)

Fonte da imagem: http://humoristan.org/es/autores/eneko/imagenes/

Estudos para o tema de redação 20N28

Palavras-chave – “bullying”, “cyberbullying”, escola, comunidade escolar, saúde mental, transtorno, distúrbio, doença mental, doença psiquiátrica, marginalização, terapias.

Texto 20T109

Texto 20T110

https://www.youtube.com/watch?v=-xoUM4-KFeM

Texto 20T111

https://www.nexojornal.com.br/expresso/2019/07/13/O-que-%C3%A9-cyberbullying.-E-as-a%C3%A7%C3%B5es-do-Instagram-para-cont%C3%AA-lo

Texto 20T112

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-48683505

Tema de redação 20N28

“Bullying” e “cyberbullying”

Textos de apoio para as situações A e B.

Texto 01.

“O que é Bullying?

ANTÔNIO CARLOS AMADOR PEREIRA Quando o termo bullying apareceu ele descrevia a intimidação sistemática e contínua que ocorria principalmente às escondidas nas escolas. Alunos que tinham algumas características que chamavam atenção sofriam com o que se chamava de bullying.

Aparece de tudo na tradução em português, como valentão, por exemplo. Mas intimidação é o termo que mais se aproxima do significado. A pessoa que sofre bullying é intimidada por outra pessoa ou por um grupo, de uma forma que pode ser física ou verbal. Um ponto é importante: essa intimidação é frequente.

Por exemplo: conheci uma pessoa que ficou oito anos na escola sofrendo intimidações e gozações porque era gorda. Por que o bullying acontece muito na escola? Porque o indivíduo é obrigado a ir todos os dias, mesmo se alguém cisma com ele porque é gordo, usa óculos, tem algum problema de fala, etc.

Quando a pessoa é obrigada a frequentar o ambiente em que isso acontece ela é massacrada, e sua vida começa a ficar insuportável.

Hoje eu vejo uma tendência de pôr tudo no mesmo balaio, qualquer caso de gozação e deboche é chamado de bullying. Mas isso é algo que existe onde há seres humanos, e com adolescentes é muito frequente. Se é uma brincadeira ocasional, que acontece um dia ou outro eu classificaria de forma diferente.

As pessoas usam a palavra pelo impacto que ela produz, tem políticos que chegaram a dizer que sofrem “bullying político”, mas não é bem assim. Se tudo é bullying nada é bullying. Se você usa demais o termo, ele perde sua força.

Se você usa óculos, é careca e a pessoa cisma em falar disso, isso ainda não é bullying. Se vou num campo de futebol em que poderiam debochar de mim por ser careca, posso colocar um boné. Mas se você conviver todo dia com pessoas que ficam marcando esse aspecto, aí vira bullying. É um problema porque produz um estresse constante.”

Fonte: https://www.nexojornal.com.br/entrevista/2017/10/28/Existe-diferen%C3%A7a-entre-deboche-e-bullying

 

Texto 02.

“Você já deve ter visto esta cena em centenas de filmes: o valentão, que persegue os nerds, mostra um lado sensível e conturbado. Na verdade, toda aquela agressividade é uma reação a traumas de infância, problemas em casa e pais exigentes e ausentes.

Uma série de valentões da ficção se encaixam nessa definição, que busca uma origem complexa, e por vezes sofrida) no comportamento agressivo. E essa explicação também é a mais popular nos estudos de psicologia.

Nos últimos anos, porém, outra hipótese surgiu para defender que quem pratica bullying é mais feliz e autoconfiante.  Ou seja, na verdade é praticado porque traz vantagens para quem o pratica, de autoestima até menor risco de depressão. As autoras chamam sua tese de ‘A Origem Evolucionária do Bullying Adolescente’.

A pesquisa, publicada em 2015, estudou 135 adolescentes canadenses, de 13 a 16 anos, que frequentavam a mesma escola. Eles foram divididos em quatro categorias, de acordo com seu comportamento: bullies (os que praticam bullying), vítimas, bully/vítimas (uma mistura dos dois) e espectadores, aqueles que não se envolvem nem interferem no conflito.

Cada estudante respondeu a questionários sobre autoestima, saúde mental e status social dentro dos grupos de convívio na escola. Como seria de se esperar, os bullies eram os mais populares, bem acima até de quem não se envolvia em agressões.”

Fonte: https://super.abril.com.br/comportamento/disputa-na-psicologia-quem-faz-bullying-e-vilao-ou-vitima/

 

Texto 03.

“São inúmeras as causas do bullying. Ambientes socioeconômicos e culturais mais carentes são mais propensos a ele, bem como a exposição das crianças e adolescentes a conteúdos audiovisuais violentos, a ausência dos pais na educação ou a existência de pais violentos. Simplificando bastante, pode-se dizer que a causa mais propícia ao surgimento da conduta violência é uma educação principal calcada na ausência de limites, basicamente punitiva, por meio da qual se castiga mediante ameaças, intimidações, ou agressão física direta, e a partir da qual a criança interioriza que a violência é uma forma aceitável para se atingir um objetivo. Um menino educado à base de violência física ou psíquica aprenderá de forma inconsciente a vê-la como algo normal, e sem dúvida a exercerá contra os outros.

O agressor não aprendeu a gerar empatia nem foi educado à luz da ética e dos valores necessários para se respeitar as diferenças. Costuma ter autoestima fraca, que requer reforços vindos de fora (daí a necessidade de exibir os maus tratos). Tende a ser impulsivo, egocêntrico, com resultados escolares ruins. Pelas estatísticas, tem grande chance de que provenha de um ambiente sociocultural inferior.

Como educadores e pais, temos de estar atentos para uma série de sintomas por meio dos quais podemos detectar quando uma criança está sendo vítima de assédio:

– Mudanças de comportamento, tais como ansiedade, tristeza, irritabilidade, apatia, insônia, pesadelos, verbalização de culpas, comportamentos de fuga, perda de autocontrole, choro frequente, recusa em ir à escola, queda brusca do rendimento escolar, somatizações como dor de cabeça, de barriga, vontade de vomitar.

– Não quer participar de excursões ou atividades da escola.

– Não se relaciona com seus colegas.”

Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2016/12/13/ciencia/1481623002_624601.html

 

Proposta de redação 20N28A – dissertação – Fuvest, Vunesp, Uniube, Famema, Famerp, etc.

Escreva um texto dissertativo sobre como a sociedade pode tanto favorecer como estimular o “cyberbullying” cada vez mais frequente e ainda mais grave do que o “bullying”.

 

Instruções para a dissertação da proposta de redação A:

  1. A situação de produção de uma dissertação argumentativa requer o uso da norma padrão da língua portuguesa.
  2. O tamanho da redação deverá ser adequado ao concurso pretendido, para tanto é importante que o texto deva ser adequado aos seguintes limites impostos pelas universidades até 2019: entre 20 e 30 linhas (Fuvest), 15 a 33 linhas (Vunesp), 25 e 30 linhas (Uniube), etc. Por isso, é imprescindível que a universidade pretendida seja informada com destaque logo após o código da proposta de redação na folha que será entregue para a correção. Do contrário, a correção levará em consideração a norma mais comum: 25 linhas como mínimo e 30 como máximo.
  3. Dê um título a sua redação.

 

Proposta de redação 20N28B – dissertação – Enem.

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “O ‘bullying’ e o ‘cyberbullying’ nas escolas brasileiras.”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

 

Instruções para a dissertação no Enem:

  1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
  2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
  3. A redação com até 7 (sete) linhas escritas será considerada “insuficiente” e receberá nota zero.
  4. A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo receberá nota zero.
  5. A redação que apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos receberá nota zero.
  6. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.

 

Texto (s) de apoio para as situações C e D.

 

Os efeitos irreversíveis do bullying e o perigo de dizer “é coisa de criança”

É necessária uma reflexão profunda, uma revisão dos modelos com os quais educamos nossos filhos

OLGA CARMONA

21 OCT 2017 – 16:25 BRST

 

É com uma assiduidade assustadora que ouvimos notícias de um menino ou uma menina que são hospitalizados por terem sido vítimas de maus tratos na escola –o bullying.

É preciso chegar ao extremo de uma situação em que a vida de uma criança corre risco, seja por conta de um espancamento, seja por uma tentativa fracassada de suicídio, para que, levados pelo horror e pela incompreensão, pensemos sobre o velho discurso do “é coisa de criança” que nós, adultos, produzimos ao mesmo tempo em que desviamos os olhos para outra coisa qualquer. “A vida inteira sempre foi assim”, “sempre houve e sempre haverá fortes e fracos”, “não se meta nisso”, “se te pegarem, devolve na mesma moeda”.

Um empurrão súbito e que se repete. Um xingamento ao entrar na classe, uma risada de zombaria com o dedo indicando a vítima, um apelido humilhante – tudo isso se chama violência. Chama-se mau trato entre iguais.

A ONG Save the Children, voltada para a infância, tem a seguinte definição: “A violência contra a infância é definida como a ação ou a omissão que produz dano e que ocorre em uma situação de impossibilidade de defesa ou de desequilíbrio de forças”. O bullying é o mau trato físico e/ou psicológico deliberado e contínuo no tempo recebido por uma criança ou adolescente da parte de outros, com o único objetivo de prejudicá-lo e submetê-lo, a fim de alcançar um objetivo determinado ou simplesmente para satisfazer o impulso violento do agressor. Pode significar silêncio, ameaças, agressões físicas, gozações, rechaço, exclusão. Costuma ser iniciado e liderado por uma outra criança e seguido por um grupo de cúmplices, que se tornam necessários. Algumas têm parte ativa, seguindo as instruções do agressor, enquanto os demais, a grande maioria, preferem olhar para outro lado a fim de “não se meter com problemas”. A vítima se sente só e muito indefesa, enquanto os adultos referenciais, ou seja, pais e professores dão pouca importância às queixas da criança agredida ou nem sequer ficam sabendo do ocorrido.

É verdade que o assédio escolar sempre existiu e que suas causas não se alteraram muito com o passar do tempo. Ataca-se o diferente: a criança que usa óculos, o gordinho, o estudioso, o mais fraco. As estatísticas mostram, porém, um aumento importante do número de casos e a existência de uma nova forma de assédio que só poderia mesmo existir nos dias de hoje e que deixa a vítima sem qualquer escapatória: o assédio cibernético.

São inúmeras as causas do bullying. Ambientes socioeconômicos e culturais mais carentes são mais propensos a ele, bem como a exposição das crianças e adolescentes a conteúdos audiovisuais violentos, a ausência dos pais na educação ou a existência de pais violentos. Simplificando bastante, pode-se dizer que a causa mais propícia ao surgimento da conduta violência é uma educação principal calcada na ausência de limites, basicamente punitiva, por meio da qual se castiga mediante ameaças, intimidações, ou agressão física direta, e a partir da qual a criança interioriza que a violência é uma forma aceitável para se atingir um objetivo. Um menino educado à base de violência física ou psíquica aprenderá de forma inconsciente a vê-la como algo normal, e sem dúvida a exercerá contra os outros.

O agressor não aprendeu a gerar empatia nem foi educado à luz da ética e dos valores necessários para se respeitar as diferenças. Costuma ter autoestima fraca, que requer reforços vindos de fora (daí a necessidade de exibir os maus tratos). Tende a ser impulsivo, egocêntrico, com resultados escolares ruins. Pelas estatísticas, tem grande chance de que provenha de um ambiente sociocultural inferior.

Como educadores e pais, temos de estar atentos para uma série de sintomas por meio dos quais podemos detectar quando uma criança está sendo vítima de assédio:

– Mudanças de comportamento, tais como ansiedade, tristeza, irritabilidade, apatia, insônia, pesadelos, verbalização de culpas, comportamentos de fuga, perda de autocontrole, choro frequente, recusa em ir à escola, queda brusca do rendimento escolar, somatizações como dor de cabeça, de barriga, vontade de vomitar.

– Não quer participar de excursões ou atividades da escola.

– Não se relaciona com seus colegas.

As consequências do assédio escolar são devastadoras. À opinião pública chegam apenas os casos que acabam em um hospital ou cemitério, mas não os outros, aqueles em que a criança sobrevive aos maus tratos com sequelas que, em alguns casos, perduram para o resto da vida. Sequelas que destroem a autoestima da vítima, afetando seu rendimento escolar, suas relações presentes e futuras, sua visão de mundo. A maioria das crianças que sofreram assédio escolar apresentam Transtorno por Estresse Pós-traumático (TEPT), Ansiedade Generalizada, tendência à depressão. Cabe acrescentar que os efeitos não se limitam ao momento presente da vítima, contaminando sua infância de forma irreversível. Eles avançam para sua vida adulta, como demonstram vários estudos, cujas conclusões atestam uma relação entre o estresse sofrido a partir do assédio escolar e a tendência a contrair doenças físicas (doenças metabólicas e cardiovasculares) e psiquiátricas, como transtornos de alimentação, uso abusivo de álcool e outras substâncias tóxicas, depressão e até mesmo alguns tipos de cânceres.

É preciso haver uma reflexão profunda, uma revisão dos modelos nos quais educamos os nossos filhos. Os casos de assédio em que o agressor tem uma personalidade disfuncional ou algum transtorno psiquiátrico constituem exceções. Na maioria dos casos, trata-se da expressão de um sintoma, a ponta do iceberg de uma sociedade desconectada, individualista e egocêntrica que educa com base na filosofia do “não tenho nada a ver com isso” e que procura, acima de qualquer outro valor, apenas a comodidade. Uma sociedade que deixa os filhos sozinhos, para que outros os eduquem para nós, que não tem tempo para eles, que vive desconectada de si mesma e dos demais e que banalizou o uso de formas sutis de violência para se atingir uma finalidade.

Quero encerrar com algumas palavras extraídas da carta que Diego, 11 anos, vítima de assédio escolar, deixou aos seus pais antes de cometer suicídio:

“Por favor, espero que vocês um dia possam me odiar um pouquinho menos.”

Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2016/12/13/ciencia/1481623002_624601.html

 

Proposta de redação 20N28C – outros gêneros – Unicamp, UEL, UnB, UFU, etc.

Escreva um relato de um caso de “bullying” que você tenha presenciado ou vivido.

 

Proposta de redação 20N28D – outros gêneros argumentativos – Unicamp, UEL, UnB, UFU, etc.

Escreva um artigo de opinião sobre o que “cyberbullying” revela sobre os valores da sociedade a partir da forma como jovens agridem e perseguem uns aos outros pela internet.

 

Instruções para as propostas de redação C e D:

 

Leia com atenção todas as instruções.

  1. Você encontrará três situações para fazer sua redação. Leia as situações propostas até o fim e escolha a proposta com a qual você tenha maior afinidade.
  2. Após a escolha de um dos gêneros, assinale a opção no alto da Folha de Resposta e, ao redigir seu texto, obedeça às normas do gênero.
  3. Se for o caso, dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto da situação escolhida que você pretende abordar.
  4. Se a estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva no lugar da assinatura: JOSÉ ou JOSEFA.
  5. Em hipótese alguma, escreva seu nome, pseudônimo, apelido, etc. na folha de prova.
  6. Utilize trechos dos textos motivadores, parafraseando-os.
  7. Não copie trechos dos textos motivadores, ao fazer sua redação.

ATENÇÃO: se você não seguir as instruções da orientação geral e as relativas ao tema que escolheu, sua redação será penalizada.

 

 

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