Tema de redação 20N23 e sugestões de leitura – Povos autóctones, nativos ou indígenas (Enem, Fuvest, Vunesp, Unicamp, UFU e demais vestibulares.)

Fonte da imagemhttps://arte.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/sebastiao-salgado/ashaninkas/casamento-segue-tradicao-de-primos-cruzados/ (Foto de Sebastião Salgado do povo Ashaninka.

Estudos para o tema de redação 20N23

Palavras-chave – povos autóctones, nativos, indígenas, índios, política indianista, reservas indígenas, demarcação de terras.

Texto 20T87

Texto 20T88

Texto 20T89

Texto 20T90

Tema de redação 20N23

Povos autóctones, nativos ou indígenas

Textos de apoio para as situações A e B.

Texto 01.

“Hoje, no Brasil, vivem mais de 800 mil índios, representando cerca de 0,4% da população brasileira, segundo dados do Censo 2010. Eles vivem em todo o território nacional, principalmente em 688 Terras Indígenas e em várias áreas urbanas. Há também 77 referências de grupos indígenas não-contatados, das quais 30 foram confirmadas.”

Fonte: http://www.funai.gov.br/index.php/todos-ouvidoria/23-perguntas-frequentes/96-pergunta-2

Texto 02.

“O termo ‘índio’ apresenta-se na historiografia brasileira como uma espécie de eco que ressoa por mais de 500 anos, desde que aqui se iniciou um determinado processo de colonização e constituição histórica de identidades sociais. Índios e negros são classificações inventadas, forjadas em meio a uma estrutura sígnica, e essencializadas para que resguardassem distintas categorias de tipificação baseadas no pressuposto da raça e em uma determinada forma de escrita das outridades.

Para o historiador Leandro Karnal (2004), os europeus construíram uma representação do termo ‘índio’ por meio do equívoco geográfico de Colombo, que registrou erroneamente a sua chegada às Índias. Esse “equívoco”, como adverte Karnal, foi normatizado no seio de um discurso sobre raça que se formava e imbricado a uma construção hierárquica de valores que, por sua vez, foram respaldados em uma dada suposição de diferenças biológicas, psíquicas e intelectuais entre os indivíduos. Para Quijano (2005), a ideia de raça, oriunda dessas novas identidades sociais, estabeleceu-se em concomitância com o modelo de dominação econômica que se fortalecia com o andamento do projeto colonial, ao mesmo tempo que lhe garantia legitimação.

Segundo Quijano (2005), nesse contexto, nomes como Europa e América, que diziam muito mais sobre a posição geográfica (e mesmo sob este prisma, o conceito é relativo), tiveram incrementados aos seus valores sígnicos o status relacional de subalternização presentes na conquista e naturalização da ideia de superioridade por meio dos embates de dominação ocorridas entre europeus e não europeus. Tal perspectiva, aliada aos avanços e expansão da colonização europeia sobre o mundo, conduziram o fortalecimento de uma visão eurocêntrica sobre o processo de conhecimento, assim como a colocação da Europa e toda sua produção intelectual, política, estética, etc., como eixo do globo.”

Fonte: https://seer.ufrgs.br/EspacoAmerindio/article/download/58523/36101

Texto 03.

“Hoje, ser indígena, para nós jovens acadêmicos, é trazer diversos conhecimentos tradicionais do nosso povo, para que as sociedades não indígenas tenham conhecimento das distintas realidade milenares que os povos que trazem consigo.

A escrita não é a mesma coisa que a fala, então para nós é importante usar audiovisual, celular. Meu pai está lá em Atalaia do Norte, como vou me comunicar com ele? Como vou ter informações, se eu estou no mundo na sociedade não indígena? As pessoas que pensam que o índio tem que viver só no mato querem acabar com nossa cultura.

A realidade se transforma. E o povo não indígena muitas vezes não percebe que também incorporou nosso modo de falar, nossos costumes, nossa forma de alimentação. A sociedade não indígena vivencia nosso jeito de ser todo dia” (Nelly Duarte, da etnia Marubo, doutoranda no Museu Nacional-UFRJ, 35 anos)

Fonte: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/04/29/O-que-%C3%A9-ser-ind%C3%ADgena-no-Brasil-hoje-segundo-3-jovens-e-2-antrop%C3%B3logos

Texto 04.

“Você sabia que existe diferença entre as palavras índio e indígena? Quem explica essa diferença é o escritor Daniel Munduruku, da etnia Munduruku, que é formado em Filosofia, História e Psicologia, com doutorado em Educação e pós-doutorado em Literatura. Ele acredita que a palavra índio entrou no imaginário no século XVI, que a palavra muda de conotação ao longo da história, e virou apelido. ‘Um apelido traz sempre um aspecto negativo e reforça algo ruim’, reforça.

Daniel Munduruku explica que a palavra índio também tem uma conotação ideológica muito forte, e faz com que as pessoas liguem a aspectos ruins, como achar que índio é preguiçoso, selvagem, canibal ou atrasado. Por outro lado, ele acredita que ‘há pessoas que ao falar índio pensa no aspecto positivo romantizado, aquele mais pacífico, bonito, da floresta e inocente’.

De acordo com o filósofo, a palavra tribo também traz uma significação que minimiza a importância das populações indígenas.

Munduruku diz que procura em suas obras alertar as pessoas para o uso correto das palavras, pois é importante dar nome às pessoas. ‘A nossa identidade é revelada pelo lugar onde nós pertencemos’, alerta.”

Fonte: https://radios.ebc.com.br/cotidiano/edicao/2015-04/escritor-indigena-explica-diferenca-entre-indio-e-indigena

Proposta de redação 20N23A – dissertação – Fuvest, Vunesp, Uniube, Famema, Famerp, etc.

Escreva uma dissertação argumentativa como resposta para a seguinte pergunta: há futuro para as culturas indígenas na sociedade brasileira?

Instruções para a dissertação da proposta de redação A:

  1. A situação de produção de uma dissertação argumentativa requer o uso da norma padrão da língua portuguesa.
  2. O tamanho da redação deverá ser adequado ao concurso pretendido, para tanto é importante que o texto deva ser adequado aos seguintes limites impostos pelas universidades até 2019: entre 20 e 30 linhas (Fuvest), 15 a 33 linhas (Vunesp), 25 e 30 linhas (Uniube), etc. Por isso, é imprescindível que a universidade pretendida seja informada com destaque logo após o código da proposta de redação na folha que será entregue para a correção. Do contrário, a correção levará em consideração a norma mais comum: 25 linhas como mínimo e 30 como máximo.
  3. Dê um título a sua redação.

Proposta de redação 20N23B – dissertação – Enem.

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Os desafios da coexistência entre as culturas indígenas no Brasil e a sociedade brasileira contemporânea.”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Instruções para a dissertação no Enem:

  1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
  2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
  3. A redação com até 7 (sete) linhas escritas será considerada “insuficiente” e receberá nota zero.
  4. A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo receberá nota zero.
  5. A redação que apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos receberá nota zero.
  6. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.

Texto (s) de apoio para as situações C e D.

Situação dos povos indígenas no Brasil é a mais grave desde 1988, diz relatora da ONU

Publicado em 19/09/2016 Atualizado em 21/09/2016

Os povos indígenas brasileiros enfrentam atualmente riscos mais graves do que em qualquer outro momento desde a adoção da Constituição de 1988. Essa é a conclusão de relatório que será apresentado na terça-feira (20) ao Conselho de Direitos Humanos pela relatora especial da ONU sobre os direitos dos povos indígenas, Victoria Tauli-Corpuz. Segundo ela, no atual contexto político, as ameaças que esses povos enfrentam podem ser exacerbadas, e a proteção de longa data de seus direitos pode estar em risco.

Os povos indígenas brasileiros enfrentam atualmente riscos mais graves do que em qualquer outro momento desde a adoção da Constituição de 1988. Essa é a conclusão de relatório que será apresentado na terça-feira (20) ao Conselho de Direitos Humanos pela relatora especial da ONU sobre os direitos dos povos indígenas, Victoria Tauli-Corpuz.

“Os desafios enfrentados por muitos povos indígenas do Brasil são enormes. As origens desses desafios incluem desde a histórica discriminação profundamente enraizada de natureza estrutural, manifestada na atual negligência e negação dos direitos dos povos indígenas, até os desdobramentos mais recentes associados às mudanças no cenário político”, disse a relatora no documento.

A especialista citou a violência como um dos principais problemas. De acordo com o Conselho Indigenista Missionário, 92 indígenas foram assassinados em 2007; em 2014, esse número havia aumentado para 138, tendo o Mato Grosso do Sul o maior número de mortes. Com frequência, os assassinatos constituem represálias em contextos de reocupação de terras ancestrais pelos povos indígenas depois de longos atrasos nos processos de demarcação.

A relatora também citou a paralisação dos processos de demarcação, os despejos e os profundos impactos de megaprojetos de infraestrutura localizados dentro ou perto de territórios indígenas e implementados sem consulta prévia aos afetados. Tauli-Corpuz visitou o país em março a convite do governo brasileiro.

“Após a visita, impressão geral é de que o Brasil possui uma série de disposições constitucionais exemplares em relação aos direitos dos povos indígenas”, disse a relatora no documento. “Entretanto, nos oito anos que se seguiram à visita de meu predecessor, há uma inquietante ausência de avanços para a implementação das recomendações e na solução de antigas questões de vital importância”, completou.

A relatora fez algumas recomendações para tratar das questões mais prementes que observou no país. Elas dizem respeito à necessidade de medidas urgentes para enfrentar a violência e discriminação contra os povos indígenas e o fortalecimento de instituições públicas como a Fundação Nacional do Índio (FUNAI). A relatora recomendou ainda redobrar os esforços na demarcação e proteção de terras e alocar recursos para melhorar o acesso à Justiça, entre outras recomendações.

“Considerando o status de marginalização dos povos indígenas, o fato de que sérias violações de seus direitos ao longo das últimas décadas não terem sido adequadamente investigadas ou remediadas e a urgente necessidade de enfrentar a contínua discriminação estrutural, a relatora especial coloca particular ênfase na importância de iniciar um inquérito nacional independente e transparente sobre a violação de seus direitos.”

Tauli-Corpuz pediu ainda que o governo brasileiro adote medidas imediatas para proteger a segurança de líderes indígenas, inclusive por meio de programas de proteção fortalecidos e culturalmente adequados, e a conduzir investigações sobre todos os ataques e assassinatos de povos indígenas e levar os responsáveis à Justiça.

Quanto aos direitos territoriais, a especialista recomendou redobrar os esforços para superar o atual impasse com relação à demarcação de terras. “Isso é especialmente urgente nos estados do Mato Grosso do Sul, Bahia, Santa Catarina e Rio Grande do Sul”, declarou. (…)

Fonte: https://nacoesunidas.org/situacao-dos-povos-indigenas-no-brasil-e-a-mais-grave-desde-1988-diz-relatora-da-onu/

Proposta de redação 20N23C – outros gêneros – Unicamp, UEL, UnB, UFU, etc.

Escreva uma carta argumentativa endereçada à relatora da ONU para informar a situação geral dos povos indígenas brasileiros e se as recomendações dela foram atendidas em algum nível.

Proposta de redação 20N23D – outros gêneros argumentativos – Unicamp, UEL, UnB, UFU, etc.

Faça um editorial sobre a contribuição do jornalismo, da arte e do entretenimento para o ainda intenso preconceito contra povos indígenas no Brasil contemporâneo.

Instruções para as propostas de redação C e D:

Leia com atenção todas as instruções.

  1. Você encontrará três situações para fazer sua redação. Leia as situações propostas até o fim e escolha a proposta com a qual você tenha maior afinidade.
  2. Após a escolha de um dos gêneros, assinale a opção no alto da Folha de Resposta e, ao redigir seu texto, obedeça às normas do gênero.
  3. Se for o caso, dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto da situação escolhida que você pretende abordar.
  4. Se a estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva no lugar da assinatura: JOSÉ ou JOSEFA.
  5. Em hipótese alguma, escreva seu nome, pseudônimo, apelido, etc. na folha de prova.
  6. Utilize trechos dos textos motivadores, parafraseando-os.
  7. Não copie trechos dos textos motivadores, ao fazer sua redação.

ATENÇÃO: se você não seguir as instruções da orientação geral e as relativas ao tema que escolheu, sua redação será penalizada.

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