Tema de redação 20N03 e sugestões de leitura – racismo (Enem, Fuvest, Vunesp, Unicamp, UFU e demais vestibulares.)

Fonte: https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2018/08/03/campanha-da-benetton-aborda-diversidade-racial-e-da-mensagem-de-tolerancia.htm

Observação: o link acima remete a campanha mais atual da Benetton a respeito do tema racismo, mas a imagem destacada remete a campanhas mais antigas que podem ser encontradas aqui.

Estudos para o tema de redação 20N03

Palavras-chave – racismo, racismo estrutural, racismo científico, racismo institucional.

 

Texto 20T7

Texto 20T8

Texto 20T9

Texto 20T10

Observação: assista também “A origem da escravidão no Brasil”, “Pantera Negra e os Panteras Negras” e “Abolicionismo e fim da escravidão” no canal Nerdologia no Youtube.

Tema de redação 20N03

Racismo

 Textos de apoio para as situações A e B.

Texto 01.

“‘Precisa-se de moça de boa aparência para auxiliar de dentista. Rua Boa Vista, 11, primeiro andar.’ O anúncio publicado no Estado de São Paulo em junho de 1914 contém uma expressão de uso bastante comum até 2006, quando foi proibida por viés discriminatório. Para 70% dos brasileiros, ‘boa aparência’ não é apenas um código para cabelos lisos e pele clara, é um sintoma da discriminação racial ainda presente no país em que mais da metade da população se autodeclara negra.

‘Precisamos refletir sobre o significado da compreensão de que vivemos em um país racialmente harmônico, que ainda está presente em nosso imaginário. Pela noção de democracia racial, dizemos que o racismo não existe e, se a população negra vive em desvantagem social, é porque não se esforçou o suficiente’, explica Giselle dos Anjos Santos, doutoranda em História Social pela USP e consultora do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), organização pioneira na promoção da equidade racial e de gênero no mercado de trabalho no Brasil.”

Fonte: https://noticias.r7.com/economia/por-tras-da-boa-aparencia-o-racismo-em-numeros-no-mercado-23082019

Texto 02.

“A pesquisa ‘Viver em São Paulo – Relações Raciais’, divulgada nesta quarta-feira (13) pela Rede Nossa São Paulo e realizada em parceria com o Ibope Inteligência, revelou que 70% dos paulistanos avaliam que o preconceito e a discriminação contra a população negra se mantiveram ou aumentaram nos últimos dez anos na capital paulista.

O levantamento ouviu 800 pessoas de 16 anos ou mais na região urbana da cidade. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. A percepção de que o racismo cresceu na última década é maior entre brancos (33%) do que entre pretos e pardos* (31%). Já em relação a quem acredita que a discriminação se manteve igual, os dados mostram 73% dos pretos e pardos frente a 66% dos brancos.”

Fonte: https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2019/11/13/70-dos-paulistanos-dizem-que-racismo-se-manteve-ou-aumentou-em-10-anos.htm

Texto 03.

“Claude Lévi-Strauss ensinou, em ‘Raça e História’ (1952), que não há como separar o evolucionismo e o racismo. Ele escreve sob o impacto do genocídio produzido pela Segunda Guerra, traçando um paralelo com os horrores da Conquista europeia na América. Para ele, é importante manter viva a associação entre os racismos praticados nos diversos momentos da história do Ocidente moderno.

No Brasil, país onde a ideologia da democracia racial teve peso decisivo, pouco se deu atenção ao racismo sofrido por indígenas. Isso se deve a diversos fatores, por exemplo, o silenciamento sobre a história da escravidão indígena e da imensa violência exercida sobre esses povos. Mas talvez essa negligência se deva em maior parte pela falsa ideia de que os povos indígenas pertencem ao passado do Brasil, que seu destino é serem assimilados. Essa última ideia, vale lembrar, foi inclusive defendida por intelectuais de respeito.”

Fonte: https://www.nexojornal.com.br/ensaio/2020/Evolucionismo-c%C3%ADnico-racismo-escancarado

Texto 04.

“O surto do novo coronavírus veio acompanhado de outro, de racismo aliado à xenofobia contra chineses, orientais e seus descendentes. Histórias de pessoas que, por terem os olhos puxados, sofreram preconceito em espaços públicos, mesmo estando sãs, avolumam-se em vários países. Na França, relatos podem ser lidos na hashtag #JeNeSuisPasUnVirus – ‘NãoSouUmVírus’.

O preconceito e o ódio contra o estrangeiro se aliam à discriminação devido a características físicas, sociais e culturais de grupos étnicos. No Brasil, isso não é novo. Não raro passa despercebido por conta da integração dessas minorias à elite branca brasileira. Mas, inevitavelmente, elas são lembradas que nem toda diferença é tolerada.

A intensidade das violências simbólica e física contra orientais é incomparavelmente menor do que aquelas sofridas por negros e indígenas – vítimas de genocídios e assassinados por serem quem são, nas periferias das cidades e do campo. Ao mesmo tempo, descendentes de orientais podem desfrutar de privilégios que negros e indígenas não chegam nem perto por conta de sua cor de pele. Isso não significa, contudo, que indivíduos desses grupos não sejam alvos.”

Fonte: https://noticias.uol.com.br/colunas/leonardo-sakamoto/2020/02/02/surto-de-coronavirus-lembra-racismo-e-xenofobia-contra-orientais-no-brasil.htm

Proposta de redação 20N03A – dissertação – Fuvest, Vunesp, Uniube, Famema, Famerp, etc.

Escreva uma dissertação sobre as ideias contidas e sugeridas na fala da escritora Conceição Evaristo em março de 2019 sobre o racismo no Brasil: “Cada vez mais o racismo no Brasil sai do armário.”.

Instruções para a dissertação da proposta de redação A:

  1. A situação de produção de uma dissertação argumentativa requer o uso da norma padrão da língua portuguesa.
  2. O tamanho da redação deverá ser adequado ao concurso pretendido, para tanto é importante que o texto deva ser adequado aos seguintes limites impostos pelas universidades até 2019: entre 20 e 30 linhas (Fuvest), 15 a 33 linhas (Vunesp), 25 e 30 linhas (Uniube), etc. Por isso, é imprescindível que a universidade pretendida seja informada com destaque logo após o código da proposta de redação na folha que será entregue para a correção. Do contrário, a correção levará em consideração a norma mais comum: 25 linhas como mínimo e 30 como máximo.
  3. Dê um título a sua redação.

Proposta de redação 20N03B – dissertação – Enem.

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Racismo no Brasil: como combatê-lo?”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Instruções para a dissertação no Enem:

  1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
  2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
  3. A redação com até 7 (sete) linhas escritas será considerada “insuficiente” e receberá nota zero.
  4. A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo receberá nota zero.
  5. A redação que apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos receberá nota zero.
  6. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.

Texto (s) de apoio para as situações C e D.

Liga das Canelas Pretas, o torneio antirracista nos primórdios do futebol gaúcho

Apelido surgiu para caracterizar a associação alternativa fundada por clubes negros de Porto Alegre no início do século XX, quando suas participações entre os campeonatos de elite eram vetadas

DIOGO MAGRI

São Paulo – 09 DEC 2019 – 16:42BRT

Nos primeiros anos do campeonato gaúcho, o Grêmio venceu cinco títulos, iniciando a superioridade estadual que tornaria o clube conhecido nacionalmente. Se a equipe de Porto Alegre chegou ao auge da sua história no tricampeonato da Libertadores em 2017 com Cortez, Jaílson, Luan e Fernandinho no time titular, uma rápida consulta às fotos dos elencos campeões no início do século, mais precisamente a partir de 1919, revela um time sem negros. Assim como no Rio de Janeiro, onde a federação local proibiu o registro de atletas “de cor” no início do século XX, e em São Paulo, onde Friedenreich foi boicotado pela seleção brasileira pelas suas origens, o racismo era institucionalizado no Rio Grande do Sul, onde as principais ligas de futebol não permitiam as inscrições de clubes formados por negros e operários nos primeiros campeonatos organizados do estado. A solução entre os vetados foi, então, fundar uma associação alternativa voltada às classes mais populares da cidade.

Assim criaram a Liga Nacional de Futebol Porto-Alegrense (LNFP), que teve seu primeiro campeonato organizado em 13 de maio de 1920. Posteriormente, a associação se popularizou com o apelido de Liga das Canelas Pretas. “Esse nome pejorativo nunca constou nos jornais”, esclarece José Antônio dos Santos, historiador e escritor do livro Liga da Canela Preta: a história do negro no futebol. “Possivelmente, essa memória foi criada nas décadas seguintes a partir de relatos daqueles que conheceram clubes e associações envolvidas. E se manteve ao longo do tempo sem qualquer pesquisa”, afirma.

De acordo com o estudo do historiador, a expressão “canela preta” não consta em nenhum registro da época, mas a associação se tornou conhecida somente com essa alcunha. E tampouco houve a organização de um campeonato periódico e definido pela LNFP como o gaúcho, mas sim alguns torneios promovidos durante as décadas de 20 e 30. “Diversos clubes participaram em momentos diferentes e não existiu só uma liga, mas várias ao mesmo tempo e com pouca perenidade”, explica Santos. Alguns clubes que se destacaram foram Rio Grandense, Bento Gonçalves, Cruzeirinho, Primavera e Oito de Setembro, entre outros. O pesquisador do Museu do Internacional, César Caramês, acrescenta que o nome original da Liga tinha como objetivo se contrapor aos times de elite formados por imigrantes: “Ao reivindicar a expressão ‘nacional’, a comunidade negra reivindicava também uma origem para si, que seria o seu nascimento em solo brasileiro”.

José Santos reforça que, como os clubes da LNFP se desenvolveram ao mesmo tempo que os times da elite gaúcha, o nível das equipes negras não era pior do que as mais tradicionais. Para o escritor, os jogadores da Liga ainda tiveram a vantagem pela forma como começaram a praticar o esporte. “O aprendizado do futebol foi se dando de forma independente, mais lúdica e intensa, o que levou os negros e pobres, genericamente, a jogarem até melhor [que os outros]”, opina.

“A existência da Liga rompeu as barreiras existentes à medida que o desporto deixou de lado o caráter amador e de lazer, dando lugar à crescente profissionalização”, complementa Caramês. O futebol gaúcho se tornou profissional em 1940, mas o processo teve seu início dez anos antes. Quando o esporte passou a ser visto sob a ótica financeira, o preconceito deu lugar à necessidade de ter os melhores atletas, o que proporcionou a entrada de negros nas equipes mais ricas e o esvaziamento dos torneios da Liga Nacional. “Não foi uma extinção, e sim um processo complexo de modificação da estrutura e do crescimento do esporte que passou a ser dominado pela mídia e pelos dirigentes das elites”, explica Santos.

O primeiro jogador negro a atuar pelo Internacional de Porto Alegre foi Dirceu Alves, em 1928. Conforme garante César Caramês, o Inter foi uma entre várias equipes que abriram portas para um processo “irreversível” de inclusão. O registro é posterior ao do Grêmio, que teve o primeiro negro defendendo suas cores, Antunes, em 1912. No entanto, o clube colorado passou a se identificar mais com a pauta de combate ao racismo a partir da formação da equipe conhecida como “Rolo Compressor”, que faturou oito campeonatos gaúchos em nove anos entre 1940 e 1948 com um time onde pelo menos a metade dos jogadores era negra. “Tesourinha, negro, chegou ao Inter em 39 e foi o principal expoente do lendário Rolo Compressor, a ponto de chegar à seleção brasileira mesmo em tempos de predomínio paulista e carioca”, conta Caramês. Tesourinha também jogou pelo Grêmio, em 1952, após passagem pelo Vasco.

O sucesso do Internacional na década de 40 rendeu provocações racistas por parte dos rivais, conforme conta o pesquisador do Museu: “Muitos relatos dão conta que chamavam o Inter de ‘macaco’ e ‘clube dos negrinhos’ já naquela época”. Anos depois, a torcida Geral do Grêmio popularizou o bordão “chora macaco imundo” para se referir ao rival, fato que se tornou passível de punição institucional do clube somente em 2019. “Os adversários também associavam as vitórias do Inter à ‘magia negra’, o que fez que o clube adotasse a figura do Saci-perêrê, menino negro que prega peças, como mascote”, continua Caramês. Registros apontam que o personagem do folclore brasileiro era usado em referência ao Internacional desde 1960, mas só foi oficializado como único mascote negro entre os times da série A do campeonato brasileiro em 2016.

“Apesar disso, a disputa dessa temática não auxilia na superação do tema dentro da sociedade”, ressalta o pesquisador. “Não devemos resolver nossas mazelas a nível clubístico, mas a nível de sociedade”, completa. Grêmio e Inter levaram uma faixa antirracista para o clássico, realizado em 3 de novembro, e se manifestaram nas redes sociais no último dia 20, mas realizaram poucas ações de combate ao preconceito para além do mês da consciência negra. “Os jogadores negros foram fundamentais para que estes clubes se tornassem o que são, embora as instituições permaneçam negando essa importância ao não se posicionarem contra”, finaliza José Antônio dos Santos.

Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/11/22/deportes/1574455123_874259.html

Proposta de redação 20N03C – outros gêneros – Unicamp, UEL, UnB, UFU, etc.

Faça uma notícia com as principais informações do texto acima.

Proposta de redação 20N03D – outros gêneros argumentativos – Unicamp, UEL, UnB, UFU, etc.

Faça um artigo de opinião sobre as relações entre esporte e racismo na atualidade.

Instruções para as propostas de redação C e D:

Leia com atenção todas as instruções.

  1. Você encontrará três situações para fazer sua redação. Leia as situações propostas até o fim e escolha a proposta com a qual você tenha maior afinidade.
  2. Após a escolha de um dos gêneros, assinale a opção no alto da Folha de Resposta e, ao redigir seu texto, obedeça às normas do gênero.
  3. Se for o caso, dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto da situação escolhida que você pretende abordar.
  4. Se a estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva no lugar da assinatura: JOSÉ ou JOSEFA.
  5. Em hipótese alguma, escreva seu nome, pseudônimo, apelido, etc. na folha de prova.
  6. Utilize trechos dos textos motivadores, parafraseando-os.
  7. Não copie trechos dos textos motivadores, ao fazer sua redação.

ATENÇÃO: se você não seguir as instruções da orientação geral e as relativas ao tema que escolheu, sua redação será penalizada.

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